Esse circuito realmente me custou uns bons fios de cabelos brancos. Se bem que brincadeira de nerd é ficar enfiado na oficina inventando moda. Como comentei em outro artigo, esse circuito é o pré-amplificador completo com a equalização de graves e agudos. A saída está pronta para ser amplificada em potência e produzir bons sons.
O cerne deste circuito é o amplificador operacional LM358 montado na configuração de ganho 1 para corrente contínua e ganho maior para alternada. Veja maiores detalhes no outro artigo cligando aqui, bem como os detalhes da filtragem da alimentação.
A tensão de alimentação poderia ser menor, mas como a potência precisava desse valor, montei o pré para o mesmo valor e diminuir o número de peças.
Tanto o conector de microfone como auxiliar tem controle de volume independente feitos por potenciômetros de 50KA (logarítmico para ser mais natural com o som).
As entradas não inversoras dos dois primeiros amplificadores recebem além do sinal, metade da tensão da fonte através do divisor resistivo formado por R2 e R3 e pelos resistores R1 e R7 para poderem trabalhar igualmente com os dois semiciclos do sinal em uma fonte simples – efeito parecido acontece nos equalizadores.
A entrada do microfone/captador tem ganho maior – 16, pode ser modificado alterando o resistor R5: valor maior = ganho menor (menos volume) e vice versa.
Já a entrada auxiliar tem ganho 2 e pode ser alterado da mesma forma que o anterior mudando R9.
A equação do ganho para ambos é a seguinte: . Nesse circuito Rf é R4 e Ri é R5 – ou R8 e R9.
Note que U1:A e U1:B são as duas metades do mesmo CI LM358, assim como U2:A e U2:B.
Após o ajuste de volume e ganho de tensão, os sinais são misturados e entregues ao equalizador de agudo por R6, R10, R14 e C12.
U2:A é um amplificador igual aos anteriores, exceto pelo fato que o capacitor de acoplamento para terra ter valor bem menor para a passagem dos agudos e um potenciômetro para ajustar a profundidade do efeito.
Ele funciona assim: como C14 é muito pequeno, dá passagem apenas para as frequências mais altas. Dessa forma o ganho é maior para esses valores, valorizando os agudos. VR3 ajusta o ganho e consequentemente a equalização.
R16 e C15 acoplam o sinal para o último estágio, o equalizador de graves.
Da mesma forma que para os agudos, nesse caso um indutor dá passagem para as frequências mais baixas, dando ganho maior para elas. C16 desacopla a corrente contínua e não interfere no ganho por ser de valor muito alto.
O indutor usado é um caso a parte. Testei vários e o que funcionou melhor foi a bobina de um relé de 24V.
Só tomei o cuidado de ligar para terra todos os pinos não usados para diminuir
a chance de captação de ruído.
Detalhe da construção da placa.
Como é um circuito sensível, colei uma folha de papel alumínio na face sem cobre da placa padrão que usei para a montagem. No fim ficou até bonitinha, tomei cuidado de recortar em volta dos pinos para não permitir nenhum curto-circuito. O relé foi depois devidamente “embrulhado” com o mesmo material.
Nota: recebi algumas críticas de céticos quanto à eficácia desse arranjo que foi até chamado de gambiarra. Pode até ser, mas realmente funciona e se alguém abriu equipamentos sensíveis à interferências eletromagnéticas, viu inúmeros anteparos metálicos que funcionam como blindagem. Além disso, placas de circuito impresso produzidas profissionalmente costumam ter uma camada (layer) de blindagem com funcionamento exatamente igual à minha solução.
Detalhe da construção da caixa
Na foto acima eu estava testando as partes, já com a potência (assunto para mais um artigo) e a fonte instaladas no interior. A placa do pré ficou do lado de cima, de ponta-cabeça, junto com o painel feito de alumínio pintado de preto.
Detalhe do painel
Os detalhes da construção da potência e da caixa logo coloco aqui.
Semicondutores
D1 = diodo retificador comum 1N4007 ou similar
U1 = amplificador operacional LM358
Resistores – todos de 1/8W
1 - 22K
3 – 47K
1 – 330K
1 Potenciômetro 50KA (pode ser linear se não encontrar o log.)
Capacitores eletrolíticos – todos com pelo menos 50V
3 – 22uF
2 - 47uF
Capacitores de cerâmica – todos com pelo menos 50V
2 – 100nF
Outros
Conectores para alientação, entrada e saída
Em eterna construção